Com a recente liberação de R$ 15 bilhões do Fundo Social do Pré-sal e mudanças significativas nas faixas de renda do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o cenário para as construtoras focadas na habitação popular promete se aquecer. As mudanças, especialmente a criação da Faixa 4 e o reajuste nos tetos de renda, têm o potencial de gerar um novo ciclo de crescimento no setor. Vamos entender como essas mudanças impactam empresas como MRV (MRVE3), Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3).
1. Mudanças Importantes nas Faixas de Renda do MCMV
O principal ajuste no programa foi a criação da Faixa 4, que agora abrange famílias com renda de até R$ 12 mil. Antes, a faixa máxima era de R$ 8 mil, limitando a inclusão de muitas famílias de classe média. Além disso, houve um reajuste nas demais faixas, o que ampliou o público atendido.
A seguir, estão as novas faixas de renda do MCMV:
Faixa | Limite de Renda Atual | Novo Limite de Renda |
---|---|---|
Faixa 1 | R$ 2.640 | R$ 2.850 |
Faixa 2 | R$ 4.400 | R$ 4.700 |
Faixa 3 | R$ 8.000 | R$ 8.600 |
Faixa 4 | Não existia | R$ 12.000 |
Essas mudanças têm um impacto direto na estratégia das construtoras, que agora podem atender a um público maior e com maior poder de compra.
2. MRV (MRVE3): Expansão nas Faixas 2, 3 e 4
A MRV já se posiciona como uma das principais beneficiadas pelas novas regras. O foco da companhia está nas faixas 2 e 3, que juntas devem representar 66% das vendas da empresa. A novidade da Faixa 4, que agora inclui famílias com renda de até R$ 12 mil, deve responder por 16% das vendas da MRV em 2025.
Destaques da Estratégia da MRV:
- Faixas 2 e 3: Representam 66% das vendas previstas da companhia, com um aumento do poder de compra devido aos novos subsídios.
- Faixa 4: Espera-se que responda por 16% das vendas, permitindo a entrada de um novo público no programa.
- Capacidade de compra: A MRV estima que o poder de compra dos seus clientes aumentou em até 27% com as novas regras, o que deve acelerar o ritmo das vendas e aumentar o ticket médio dos imóveis vendidos.
Além disso, a MRV tem estoques de terrenos significativos para atender a essas novas faixas, com R$ 3 bilhões para a Faixa 1, R$ 3,8 bilhões para a Faixa 2, e R$ 2,6 bilhões para a Faixa 3.
3. Cury (CURY3): Potencial de Ampliação no Mercado de Classe Média
A Cury tem uma estratégia sólida voltada para o Minha Casa, Minha Vida. Com a criação da Faixa 4, a empresa poderá ampliar ainda mais seu mercado-alvo, visto que, anteriormente, apenas 70% dos seus empreendimentos se enquadravam no programa. Com a nova faixa, esse número sobe para 90%.
Destaques da Estratégia da Cury:
- Faixa 4: Com a ampliação dos limites de renda, a Cury espera uma maior demanda, especialmente em projetos com valores mais elevados, podendo chegar até R$ 350 mil.
- Resultados Operacionais: A empresa já apresentou um crescimento de 35,7% nas vendas líquidas do 1º trimestre de 2025, atingindo R$ 2,1 bilhões, o que é um recorde histórico.
- Crescimento Estratégico: A Cury visa ser mais agressiva no início do ano para impulsionar o crescimento da companhia, alavancando os benefícios da ampliação do programa MCMV.
4. Direcional (DIRR3): Oportunidades com a Faixa 4 e Mercado de Classe Média
A Direcional também se beneficia da expansão do programa MCMV. A criação da Faixa 4 representa uma oportunidade para a empresa aumentar o público-alvo, especialmente com sua linha Riva, voltada para a classe média, que já atendia ao MCMV, mas com padrões mais elevados de acabamento.
Destaques da Estratégia da Direcional:
- Expansão do Público-Alvo: A ampliação da Faixa 4 permite que a Direcional atenda famílias de maior renda, com produtos de padrão mais elevado, especialmente em regiões urbanas.
- Impacto no Ticket Médio: A empresa espera um aumento no ticket médio dos projetos, o que pode resultar em margens mais saudáveis para a companhia.
- Previsões de Crescimento: No primeiro trimestre de 2025, a Direcional já alcançou R$ 1,2 bilhão em vendas líquidas, e a expectativa é de que os lançamentos e vendas se acelerem ao longo do ano.
Conclusão: Perspectivas Positivas para as Construtoras
As mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida trazem um novo ciclo de crescimento para as construtoras, especialmente para aquelas focadas no mercado de habitação popular. Com a criação da Faixa 4 e os ajustes nas faixas anteriores, empresas como MRV, Cury e Direcional estão bem posicionadas para expandir suas operações e aumentar o volume de vendas.
Essas mudanças proporcionam maior poder de compra aos consumidores, o que deve acelerar as vendas e melhorar a rentabilidade das construtoras. O setor imobiliário, especialmente para as empresas que atuam no Minha Casa, Minha Vida, parece estar à beira de um crescimento acelerado, com amplas oportunidades de expansão e maior demanda por unidades habitacionais.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.