Redações Corrigidas por IA? a revolução digital chegou com força total às salas de aula do Rio Grande do Sul. Treze municípios gaúchos começaram a adotar uma ferramenta baseada em inteligência artificial (IA) capaz de corrigir automaticamente redações escritas à mão por alunos do Ensino Fundamental. A iniciativa, que utiliza a plataforma Pontue, representa um passo ousado na integração entre educação e tecnologia, com potencial para transformar a maneira como se avalia a produção textual nas escolas públicas brasileiras.
A plataforma, desenvolvida pela FTD Educação em parceria com a Google Cloud, está sendo implementada gratuitamente nas redes municipais que utilizam o sistema de ensino SIM. A funcionalidade está disponível para estudantes do 6º ao 9º ano e oferece aos professores relatórios detalhados sobre o desempenho individual e coletivo, promovendo uma abordagem pedagógica mais estratégica e direcionada.
Como Funciona a Correção de Redações Escritas à Mão com IA
A grande inovação da Pontue está na sua capacidade de ler e interpretar redações manuscritas, identificar a caligrafia dos alunos e aplicar critérios técnicos semelhantes aos de exames como o Enem e o Saeb. O sistema gera feedbacks personalizados com trechos específicos do texto e orientações para a melhoria da escrita.
Além disso, os docentes podem validar as correções antes de devolvê-las aos alunos. A plataforma ainda prevê, até 2026, a adição de um sistema de detecção de plágio, ampliando sua capacidade de garantir a autenticidade dos textos.

Principais Vantagens para Escolas e Professores
A adoção da Pontue traz benefícios concretos para o cotidiano escolar:
- Agilidade na correção de provas e simulados;
- Feedbacks personalizados que auxiliam o aprendizado;
- Relatórios pedagógicos que orientam o trabalho dos professores;
- Redução da sobrecarga docente, liberando tempo para atividades mais estratégicas;
- Acompanhamento por ciclos de aprendizagem, com quatro redações corrigidas por ano por aluno.
A secretária de Educação de Butiá, Luana Batisti, destaca que a tecnologia pode ajudar a enfrentar desigualdades estruturais no ensino público:
“Sabemos que a IA pode ser excludente em alguns contextos, mas com o SIM focado na rede pública, a expectativa é de inclusão e avanço.”
Cidades que Já Utilizam a Tecnologia
As prefeituras que já estão utilizando a Pontue em suas escolas são:
- Água Santa
- Arroio do Tigre
- Butiá
- Capão Bonito do Sul
- Caseiros
- Ibiaçá
- Novo Cabrais
- Lavras do Sul
- Morro Redondo
- Muitos Capões
- Selbach
- Tupanci do Sul
- Viamão
Em Viamão, por exemplo, todas as 37 escolas de anos finais já contam com a tecnologia. A secretária de Educação, Márcia Culau, reforça que a IA é uma ferramenta de apoio, não de substituição:
“A avaliação do professor ainda é essencial. A IA vem para otimizar, não para excluir o papel docente.”
Desafios e Cuidados com a Automação na Educação
Apesar do entusiasmo, a integração de IA na educação exige atenção a questões críticas, como segurança de dados, transparência dos algoritmos e formação continuada dos professores. Segundo Ricardo Madeira, do Instituto Unibanco, o uso dessas tecnologias precisa ser regulado:
“É necessário entender os critérios usados pela IA nas correções. Precisamos de algoritmos auditáveis e claros.”
Outros pontos de atenção incluem:
- Interação humana insubstituível: A relação professor-aluno, construída no dia a dia, não pode ser automatizada.
- Risco de distanciamento: Com a automação, o professor pode perder o contato direto com os textos dos alunos.
- Equidade educacional: A tecnologia deve funcionar para todos, e não apenas para quem tem melhor infraestrutura.

Impacto Esperado nos Indicadores Educacionais
Espera-se que o uso da IA contribua para melhorar os resultados em avaliações como o Saeb e o Saers, ao oferecer correções mais rápidas e relatórios que permitem ajustar o ensino em tempo real. Em Ibiaçá, a secretária Glaucia Slongo vê no Pontue uma ferramenta de diagnóstico eficaz:
“Agora conseguimos identificar exatamente onde o aluno está errando e planejar ações mais direcionadas.”
IA como Parceira, Não Substituta
A inteligência artificial pode ser uma grande aliada da educação, desde que usada com critérios pedagógicos claros, intermediação docente constante e compromisso com a inclusão. Como destaca Madeira:
“Não se trata de substituir professores, mas de liberar sua energia criativa para o que realmente importa: ensinar.”
5 Perguntas Mais Buscadas sobre Correção de Redações com IA
1. Como funciona a correção de redações escritas à mão por IA?
A ferramenta escaneia a letra do aluno, analisa o conteúdo com base em critérios técnicos e devolve comentários personalizados para cada texto.
2. A IA substitui o trabalho do professor na correção de redações?
Não. A IA auxilia no processo, mas o professor continua responsável pela validação e análise pedagógica das respostas.
3. É seguro usar plataformas de IA com dados de alunos?
Sim, desde que a ferramenta utilize servidores seguros, como o padrão Google Cloud, e garanta o anonimato e a privacidade dos dados.
4. Quais municípios já utilizam a Pontue na rede pública?
Treze cidades do RS já adotaram, incluindo Viamão, Butiá, Ibiaçá e outros municípios com foco em turmas do 6º ao 9º ano.
5. A IA melhora o desempenho dos alunos em português?
Sim, ao oferecer correções mais rápidas e detalhadas, a IA ajuda alunos a reconhecer erros e evoluir na escrita de forma mais eficaz.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.