Fundos Imobiliários: Menos Volatilidade, Mais Retorno — O Que o Investidor Precisa Saber
Uma das premissas mais conhecidas entre investidores é: maior risco, maior retorno. No entanto, essa regra nem sempre se confirma, especialmente no universo dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). Um estudo recente realizado pelo BTG Pactual, em colaboração com a Empiricus Research, desmonta esse mito ao comprovar que carteiras de FIIs com menor volatilidade não apenas ofereceram maior segurança, como também superaram o CDI acumulado nos últimos cinco anos.
O levantamento foi baseado na análise de três categorias de FIIs: fundos em geral, fundos de tijolo (que investem em imóveis físicos) e fundos de papel (que investem em títulos como CRIs). Para cada categoria, foram criadas duas carteiras simuladas: uma com os 10 fundos de menor volatilidade e outra com os 10 de maior volatilidade, todos integrantes do IFIX e com liquidez mínima diária de R$ 500 mil.
Principais Resultados da Pesquisa
Os dados impressionam: todas as carteiras com menor desvio padrão anualizado (menor volatilidade) superaram suas contrapartes mais arriscadas em desempenho acumulado. Além disso, essas carteiras apresentaram índices de Sharpe mais altos, indicando um retorno mais eficiente em relação ao risco tomado.
Veja os destaques:
- Carteira de FIIs com baixa volatilidade superou o CDI acumulado em todos os meses dos últimos cinco anos;
- Fundos de papel de alta volatilidade foram os únicos a oferecer retorno ajustado ao risco positivo entre os mais arriscados, graças ao ambiente de juros altos;
- Fundos de tijolo de alta volatilidade tiveram o pior desempenho, devido à exposição a lajes corporativas e hotéis, setores duramente afetados pela pandemia e pelo excesso de oferta.
Por Que Fundos de Papel se Destacaram?
Com a taxa Selic em 14,75% ao ano e a inflação em níveis elevados, os fundos de papel — principalmente aqueles atrelados ao CDI e IPCA — se beneficiaram diretamente desse cenário. Títulos como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) oferecem rendimentos que acompanham esses indicadores, garantindo retornos atrativos mesmo com volatilidade acima da média.
O Desafio dos Fundos de Tijolo
Os fundos de tijolo enfrentam uma recuperação lenta, especialmente em segmentos como lajes corporativas e hotéis. A pandemia acelerou a adoção do home office, elevando a vacância em escritórios. Embora haja sinais de recuperação, o excesso de imóveis disponíveis ainda pressiona os preços dos aluguéis, impactando negativamente os resultados desses FIIs.
Menor Risco, Maior Qualidade
Segundo o BTG Pactual, a menor volatilidade nos fundos imobiliários não representa apenas estabilidade nos preços, mas também:
- Qualidade dos ativos;
- Estabilidade dos contratos de locação;
- Solidez dos setores nos quais o fundo atua;
- Capacidade técnica da gestão do fundo.
Essa combinação oferece ao investidor renda passiva mais previsível, menos exposição a oscilações de mercado e melhor proteção contra cenários macroeconômicos adversos.

Exemplos Práticos: Como Investir com Mais Segurança
Se você busca um equilíbrio entre retorno e estabilidade, considere essas boas práticas:
- Avalie o histórico de volatilidade dos FIIs antes de investir.
- Prefira fundos com gestão profissional reconhecida e atuação em setores consolidados.
- Verifique o índice de Sharpe para saber se o fundo compensa bem o risco.
- Diversifique entre fundos de papel e tijolo, priorizando aqueles com baixa exposição a ativos cíclicos.
- Monitore a liquidez do fundo, garantindo facilidade para compra e venda no mercado.
5 Perguntas Mais Pesquisadas Sobre FIIs e Volatilidade
1. Fundos imobiliários com menor risco rendem menos?
Não necessariamente. Estudos recentes mostram que FIIs com menor volatilidade podem oferecer retornos superiores, inclusive ao CDI.
2. Qual é a vantagem dos FIIs de papel em cenários de juros altos?
Eles investem em títulos como CRIs, que pagam rendimentos atrelados ao CDI ou IPCA, beneficiando-se diretamente da alta dos juros.
3. Vale a pena investir em FIIs de tijolo em 2025?
Sim, mas com cautela. É ideal focar em setores resilientes, como galpões logísticos e imóveis educacionais, menos impactados por vacância.
4. O que é índice de Sharpe nos fundos imobiliários?
É uma métrica que avalia o retorno do fundo em relação ao risco. Quanto maior o índice, melhor o retorno ajustado ao risco.
5. Como saber se um FII tem alta ou baixa volatilidade?
Consulte o desvio padrão da rentabilidade histórica ou relatórios especializados que comparam a oscilação dos preços dos fundos ao longo do tempo.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.