Dólar em queda? A mais recente elevação da taxa básica de juros, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), elevou a Selic para 15% ao ano — o maior patamar desde 2006. Essa medida reforça a tendência de valorização do real frente ao dólar, o que tem efeitos diretos na redução da inflação. Com o dólar em queda, os produtos importados ficam mais baratos, ajudando a conter o avanço dos preços no mercado interno. Analistas econômicos já projetam que o IPCA, principal índice de inflação do país, possa encerrar 2025 abaixo da marca de 5%, mesmo com a meta sendo de 4,5%.
Essa projeção mais otimista é reflexo não só da valorização cambial, mas também de fatores como a safra agrícola recorde e o clima favorável, que têm contribuído para a estabilidade dos preços dos alimentos. A combinação desses elementos está permitindo uma revisão para baixo das expectativas inflacionárias, algo que não era previsto no início do ano, quando se esperava inflação acima do teto da meta.
Alta da Selic e valorização do real: o impacto direto no custo de vida
O aumento da Selic tem como objetivo principal conter a inflação, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo. Mas há também o impacto cambial: juros mais altos atraem investidores estrangeiros, que veem no Brasil uma oportunidade de rendimento superior. Com a entrada de dólares no país, a moeda americana perde força frente ao real, o que ajuda a baratear itens importados como combustíveis, eletrônicos e insumos industriais. Essa dinâmica tem um efeito deflacionário importante.
Segundo economistas, essa desvalorização do dólar já está se refletindo nos índices de inflação. Os dados mais recentes mostram uma desaceleração no preço dos alimentos e da energia, itens que pressionaram fortemente o IPCA nos anos anteriores. A expectativa agora é de um cenário mais favorável para o consumidor, com aumento do poder de compra e maior estabilidade de preços.
Perspectivas para o segundo semestre de 2025
Com a Selic em patamar elevado e o dólar em trajetória de queda, o cenário econômico para o segundo semestre tende a ser de maior controle inflacionário. A projeção de um IPCA inferior a 5% representa um alívio para famílias e empresas, que enfrentaram anos seguidos de aumento no custo de vida. Além disso, a manutenção do clima favorável e os resultados da supersafra agrícola continuam atuando como fatores que ajudam a conter os preços, especialmente no setor de alimentos.
O Banco Central deve adotar uma postura cautelosa nos próximos meses, acompanhando os indicadores macroeconômicos para avaliar se novas elevações de juros serão necessárias ou se haverá espaço para flexibilizações. No entanto, os sinais apontam para uma inflação sob controle, o que fortalece a credibilidade da política monetária brasileira e atrai mais investimentos externos.
Fatores que explicam a desaceleração da inflação
A queda da inflação neste ano pode ser explicada por uma combinação de fatores:
- Valorização do real: Com o dólar mais fraco, os produtos importados ficam mais acessíveis.
- Alta da taxa Selic: Reduz a demanda e atrai capital estrangeiro, derrubando o dólar.
- Safra agrícola recorde: Aumenta a oferta de alimentos, diminuindo os preços no mercado interno.
- Clima favorável: Menor impacto de eventos climáticos extremos, garantindo estabilidade na produção.
- Redução nos custos de energia e combustíveis: Influenciam diretamente na formação de preços.
Esses elementos estão contribuindo para a revisão das projeções de inflação por parte do mercado financeiro e de institutos de pesquisa econômica. A manutenção desse cenário dependerá da continuidade dessas condições, especialmente da política monetária e do comportamento do câmbio.

Perguntas mais pesquisadas sobre o tema
1. Por que a queda do dólar ajuda a reduzir a inflação no Brasil?
Porque produtos importados ficam mais baratos, o que reduz o custo de itens como alimentos, combustíveis e eletrônicos.
2. Qual o impacto da alta da Selic no câmbio?
Juros mais altos atraem investimentos estrangeiros, valorizam o real e provocam queda no valor do dólar.
3. O que é IPCA e por que ele é importante?
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mede a inflação oficial do Brasil e serve de referência para decisões econômicas, como reajuste de salários e definição da taxa de juros.
4. Quais fatores influenciam a inflação além do dólar?
Oferta e demanda de produtos, política fiscal, preços internacionais de commodities, clima e produtividade agrícola.
5. A inflação deve continuar em queda até o fim de 2025?
Com base nos dados atuais, sim. A tendência é de controle inflacionário, desde que o câmbio e a política monetária se mantenham estáveis.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.