Conhecido mundialmente como um dos pais da inteligência artificial moderna, Geoffrey Hinton, ex-pesquisador do Google e pioneiro no desenvolvimento de redes neurais, acredita que a IA será responsável por uma verdadeira transformação em diversos setores da economia. No entanto, segundo ele, há uma área específica que deverá resistir aos impactos mais destrutivos da tecnologia: o setor de saúde.
Hinton, que nos últimos anos tem se dedicado a refletir sobre os riscos da inteligência artificial, vê com preocupação a rapidez do avanço tecnológico e seus efeitos sobre o mercado de trabalho. Mas, ao mesmo tempo, destaca que áreas ligadas ao cuidado humano, como a medicina e a enfermagem, manterão sua relevância por mais tempo, mesmo diante de sistemas cada vez mais autônomos e eficientes.
A inteligência artificial e o impacto sobre empregos
Com o crescimento exponencial das IAs generativas — como ChatGPT, Gemini, Claude e outras — diversas profissões já estão passando por mudanças estruturais. Setores como atendimento ao cliente, marketing digital, produção de conteúdo e análise de dados estão entre os mais afetados. A automação de tarefas repetitivas e até mesmo criativas coloca milhões de empregos em risco, de acordo com relatórios do Fórum Econômico Mundial e da McKinsey.
Segundo Hinton, esse cenário é inevitável. Ele destaca que a capacidade das IAs de aprender com grandes volumes de dados e gerar respostas complexas, em pouco tempo, fará com que muitas funções humanas se tornem obsoletas. No entanto, ele ressalta que nem tudo será substituído — especialmente atividades que envolvem empatia, toque humano e contextos clínicos sensíveis.
Setor de saúde: por que ele deve resistir à IA?
A área da saúde, na visão de Hinton, possui características únicas que dificultam sua total automação. O contato humano, a necessidade de julgamento clínico em situações complexas, a empatia no atendimento e a responsabilidade ética do cuidado são elementos difíceis de serem replicados por máquinas, mesmo as mais avançadas.
Além disso, pacientes geralmente preferem ser atendidos por seres humanos em momentos de fragilidade física ou emocional. A relação médico-paciente envolve confiança, sensibilidade e escuta ativa — competências ainda distantes das habilidades de qualquer IA, por mais sofisticada que seja.
Mesmo com o crescimento das healthtechs, dos diagnósticos baseados em IA e da robótica cirúrgica, Hinton acredita que os profissionais da saúde continuarão sendo essenciais, especialmente em funções que demandam interação direta com os pacientes. Dessa forma, médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas tendem a manter sua importância em um mundo cada vez mais automatizado.
Tecnologia na saúde: complemento, não substituição
Embora o setor de saúde não esteja imune à transformação digital, o avanço da inteligência artificial nesse campo tem sido mais complementar do que substitutivo. Ferramentas como assistentes médicos virtuais, algoritmos de diagnóstico e sistemas preditivos ajudam os profissionais a tomar decisões mais rápidas e precisas, mas não assumem o controle total do processo.
Exemplos práticos incluem:
- Watson Health, da IBM: auxilia na análise de exames e dados clínicos.
- AI do Google DeepMind: já demonstrou precisão superior à humana na detecção de doenças oculares.
- Plataformas de triagem virtual: como Ada e Babylon, que atuam como primeiros pontos de contato com o paciente, mas sempre encaminham para avaliação humana.
Ou seja, a IA melhora a eficiência do sistema de saúde, mas ainda depende da supervisão e da empatia humana.
O futuro do trabalho frente à inteligência artificial
Geoffrey Hinton não nega que a IA trará desafios significativos para a força de trabalho global. Segundo ele, políticas públicas, regulação e programas de requalificação serão fundamentais para garantir uma transição justa. Ele defende que a sociedade precisa antecipar os impactos negativos e criar estratégias que protejam os profissionais mais vulneráveis à substituição.
Ao mesmo tempo, ele sugere que jovens que desejam uma carreira mais segura e duradoura considerem áreas como saúde, educação e cuidado humano — setores onde a tecnologia tende a atuar como aliada, e não como substituta.

Perguntas mais pesquisadas sobre o impacto da IA no mercado de trabalho
1. Qual setor é considerado mais resistente à substituição pela inteligência artificial?
O setor de saúde, devido ao envolvimento humano, julgamento clínico e empatia.
2. A inteligência artificial vai acabar com todos os empregos?
Não. Ela substituirá algumas funções, mas criará outras e complementará diversas atividades humanas.
3. Por que médicos e enfermeiros devem continuar sendo essenciais?
Porque o atendimento clínico exige sensibilidade, ética e relações humanas que a IA ainda não consegue reproduzir.
4. Como a IA está sendo usada na medicina atualmente?
Na análise de exames, diagnósticos assistidos, triagem virtual e apoio à decisão clínica.
5. Quais áreas profissionais são mais vulneráveis à automação?
Setores que envolvem tarefas repetitivas, como atendimento ao cliente, logística, redação básica e análise de dados.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.