A ação da B3SA3, papel da única bolsa de valores brasileira, disparou 20% em 2025, superando amplamente o desempenho do Ibovespa no mesmo período (+8%). Diante dessa valorização acelerada, muitos investidores se perguntam se a ação ainda tem espaço para subir ou se é hora de realizar lucros.
O BTG Pactual, um dos principais bancos de investimento do país, segue otimista e reiterou sua recomendação de compra para B3SA3, destacando fundamentos sólidos, potencial de valorização e perfil defensivo que tornam a ação uma excelente forma de se expor ao Brasil — especialmente quando comparada a ativos mais voláteis, como XP Inc. e empresas de meios de pagamento.
Neste artigo, vamos analisar com profundidade o desempenho da B3SA3 em 2025, as projeções do mercado, os fundamentos por trás da alta recente e o que esperar do papel nos próximos meses.
B3SA3 em 2025: Alta de 20% e fundamentos robustos
A forte performance da B3SA3 em 2025 não foi fruto do acaso. O papel já acumula alta de 20% no ano, impulsionado por uma combinação de fatores:
- Expectativas de crescimento consistente de lucro
- Resiliência da geração de caixa
- Sólida política de distribuição de dividendos e recompras
- Percepção do mercado de que a ação é um ativo defensivo, ideal para momentos de incerteza macroeconômica
Desde a elevação da recomendação por parte do BTG Pactual, a ação avançou 17%, superando a média dos papéis do setor financeiro. Apesar do rali recente, o banco mantém a projeção de preço-alvo em R$ 13,50, ante os atuais R$ 12, o que implica um potencial de valorização adicional de 12,5%.
Dividendos, recompras e retorno total atrativo
Outro atrativo importante da B3SA3 é o retorno total ao acionista, que não se limita apenas à valorização da ação. Segundo o BTG, o papel oferece um yield combinado de cerca de 10%, somando:
- Dividendos consistentes pagos ao longo do ano
- Programa de recompra de ações, que aumenta o valor patrimonial por ação
Esse retorno é particularmente atrativo em um ambiente de juros mais baixos e reforça o apelo da B3SA3 como uma alternativa de renda variável com perfil híbrido, ou seja, entre crescimento e distribuição.
Resultados projetados para 2025: Lucro de R$ 5,03 bilhões
O BTG projeta que a B3SA3 registrará um lucro líquido de R$ 5,03 bilhões em 2025, um crescimento de 4% em relação a 2024 e 1,5% acima do consenso de mercado.
Além disso, a receita líquida estimada para o ano é de R$ 2,38 bilhões no 1º trimestre, um crescimento anual de 7%, ainda que ligeiramente abaixo da estimativa anterior do próprio banco.
Entre os principais vetores de receita para 2025, destacam-se:
1. Derivativos
- Forte desempenho esperado no segmento, com crescimento de volume
- Alta alavancagem operacional em momentos de aumento de volatilidade
2. Renda Fixa
- Crescimento contínuo da base de emissores e investidores
- Expansão de instrumentos negociados, como debêntures e CRIs
3. Tecnologia e serviços
- Crescimento trimestre contra trimestre
- Mecanismos de reajuste atrelados à inflação impulsionam receitas
Revisão para 2026: lucro pode subir 10% com manutenção do JCP
Um ponto-chave na avaliação da B3SA3 diz respeito ao impacto fiscal dos juros sobre capital próprio (JCP). Inicialmente, o modelo do BTG previa o fim do benefício fiscal em 2026. No entanto, a ausência de avanços concretos na reforma tributária levou o banco a postergar esse cenário.
Com isso, a projeção de lucro líquido para 2026 foi elevada em cerca de 10%, totalizando R$ 5,4 bilhões, um aumento de 7% ano contra ano — praticamente em linha com o consenso.
Essa revisão adiciona visibilidade e confiança para o investidor de longo prazo, sobretudo aqueles focados em dividendos e crescimento orgânico.
Margens operacionais e controle de custos
No que se refere à eficiência operacional, a expectativa do BTG é que a margem Ebitda da B3SA3 fique em torno de 70% no 1T25, uma melhora em relação aos 66% registrados no 4T24.
Isso se deve a uma dinâmica sazonal típica do início do ano, com menores despesas operacionais, especialmente em:
- Processamento de dados
- Serviços terceirizados
- Gastos administrativos não recorrentes
Esse controle de custos contribui para preservar a lucratividade, mesmo em um cenário em que algumas linhas de receita podem crescer de forma mais moderada.
Riscos e pontos de atenção para o investidor em B3SA3
Apesar do otimismo, há riscos que devem ser considerados:
1. Resultado financeiro pressionado
- Expectativa de uma linha financeira mais fraca no 1º trimestre
- Pode impactar o resultado consolidado, embora de forma limitada
2. Exposição ao ciclo econômico
- A B3 depende do volume negociado e da saúde do mercado de capitais
- Eventos macroeconômicos ou políticos podem afetar o apetite por risco
3. Concorrência futura
- Apesar de hoje deter monopólio, a entrada de novas bolsas ou fintechs pode gerar competição no médio prazo
Conclusão: Vale a pena investir em B3SA3 agora?
Sim, segundo o consenso atual e a análise do BTG Pactual, a B3SA3 continua sendo uma ação atrativa para quem busca equilíbrio entre crescimento e dividendos. A valorização recente não anulou seu potencial, dado que:
- O preço-alvo de R$ 13,50 ainda está acima do preço atual de R$ 12
- O papel oferece um yield total em torno de 10%
- O crescimento projetado de lucro segue acima da média do setor
Para investidores que buscam renda passiva com qualidade, previsibilidade e participação no crescimento do mercado de capitais brasileiro, a B3SA3 se mantém como uma escolha inteligente e defensiva em meio às incertezas do cenário macroeconômico.
Ação | Preço Atual (R$) | P/L (2025E) | Dividend Yield (2025E) | ROE (2025E) | Projeção de Lucro (R$ bi) | P/VP | Observações |
---|---|---|---|---|---|---|---|
B3SA3 | 12,00 | 13,2x | ~6% + 4% recompra = ~10% | 21% | 5,03 bi | 2,1x | Forte geração de caixa, perfil defensivo |
BBAS3 | 53,80 | 5,7x | 10,5% | 20,5% | 36,2 bi | 0,87x | Maior banco estatal, muito barato, sólido |
ITUB4 | 32,90 | 9,5x | 7,4% | 20% | 35,8 bi | 1,75x | Eficiência operacional e lucro recorrente |
XPBR31 | 27,40 | 17,0x | 0,8% | 12% | 2,1 bi | 3,1x | Crescimento forte, mas com alta volatilidade |
📝 Análise Rápida:
B3SA3
- 🟢 Ideal para investidores que buscam estabilidade e dividendos previsíveis
- 💡 Potencial de valorização moderado, mas com bom retorno total (yield + recompra)
- ⚖️ Boa alternativa de “posição central” em carteira
BBAS3
- 🔥 Uma das ações mais baratas da Bolsa (P/L e P/VP muito baixos)
- 🏦 Dividendos generosos com forte resultado operacional
- 💬 Apesar de estatal, vem apresentando governança estável e consistência nos lucros
ITUB4
- 🧠 Banco mais eficiente entre os grandes privados
- 🔄 Lucro consistente, carteira de crédito sólida, com baixo risco
- 📈 Boa para quem busca crescimento moderado com dividendos estáveis
XPBR31
- 🚀 Ativo de crescimento, porém com menor distribuição de dividendos
- 📉 Maior volatilidade e exposição a movimentos macroeconômicos e regulatórios
- ⚠️ Indicado para quem tolera mais risco e busca upside a longo prazo
✅ Conclusão
Se o seu perfil de investidor preza segurança com retorno constante, B3SA3 e BBAS3 são os destaques: a primeira pela previsibilidade e o yield total via recompra, e a segunda por estar extremamente descontada e pagando dividendos robustos.
Já ITUB4 oferece um meio-termo entre estabilidade e crescimento, enquanto XPBR31 deve ser considerada apenas por quem quer diversificação com foco em crescimento e aceita um nível de risco maior.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.