BBAS3 pode amargar queda de 50% no lucro, enquanto ITUB4, BBDC4 e SANB11 mostram resiliência, aponta Safra

BBAS3 pode amargar queda de 50% no lucro, enquanto ITUB4, BBDC4 e SANB11 mostram resiliência, aponta Safra

A temporada de resultados do segundo trimestre de 2025 está prestes a começar e os investidores estão de olho no desempenho dos grandes bancos listados na B3. As ações de gigantes como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) tendem a apresentar estabilidade ou crescimento, mas o Banco do Brasil (BBAS3) pode enfrentar o pior cenário entre os quatro, com previsão de queda expressiva no lucro, segundo análise do Banco Safra.

Após um primeiro trimestre de fortes oscilações, as projeções para o segundo trimestre indicam uma continuidade do desempenho positivo de Itaú e Bradesco, ainda que com cautela em relação à inadimplência. Já o BB enfrenta pressões tanto no crédito corporativo quanto no aumento da inadimplência, o que deve impactar diretamente seu resultado financeiro.

BBAS3: Lucro deve despencar mais de 50% no segundo trimestre

Data da divulgação: 13 de agosto
Lucro estimado: R$ 4,6 bilhões (queda de 51%)
ROE estimado: 10,3%

O Banco do Brasil foi o destaque negativo no início de 2025 e, segundo o Safra, essa tendência deve se repetir neste trimestre. A principal preocupação está na carteira de crédito corporativo, especialmente voltada para pequenas e médias empresas (PMEs), que apresenta sinais de deterioração.

Outro ponto de atenção é o aumento da inadimplência. O banco já havia apresentado um crescimento significativo do índice de inadimplência acima de 30 dias no primeiro trimestre, e há indícios de que esse percentual pode ter migrado para atrasos superiores a 90 dias, ampliando o risco e pressionando as provisões.

BBDC4: Bradesco deve manter desempenho positivo apesar da economia lenta

Data da divulgação: 30 de julho
Lucro estimado: R$ 6 bilhões (alta de 28%)
ROE estimado: 14,7%

Após um início de ano sólido, o Bradesco deve apresentar crescimento de 3% no lucro trimestral e de 28% em comparação anual. O banco vem se beneficiando da melhora na margem com depósitos e da redução gradual da carteira reestruturada. Esse cenário contribui positivamente para a margem financeira líquida (NII) de clientes.

Apesar da desaceleração no crescimento da carteira de crédito, o custo do risco deve se manter em níveis saudáveis, com um leve aumento projetado de 6 pontos-base. O Safra também destaca a força do segmento de seguros como pilar de sustentação da rentabilidade do Bradesco neste trimestre.

ITUB4: Itaú avança com lucro impulsionado por menor carga tributária

Data da divulgação: 5 de agosto
Lucro estimado: R$ 11,5 bilhões (alta de 15%)
ROE estimado: 23,4%

O Itaú segue como o banco com maior lucratividade entre os pares. A projeção do Safra aponta para uma alta de 15% no lucro líquido, puxada principalmente pela redução na alíquota de imposto. O lucro antes dos tributos (EBT) deve permanecer estável em R$ 16,8 bilhões.

A carteira de crédito deve registrar avanço de 1,4%, mesmo com os impactos negativos da variação cambial. A margem financeira com clientes (NII) também deve crescer, compensando a queda na NII de mercado e o aumento de 1,2% nas provisões líquidas. O NII ajustado ao risco deve apresentar leve melhora, com avanço de 11 pontos-base.

SANB11: Santander enfrenta pressão cambial e vê desaceleração no lucro

Data da divulgação: 30 de julho
Lucro estimado: R$ 3,5 bilhões (alta de 8%)
ROE estimado: 16%

O Santander ainda busca recuperar seu ritmo após trimestres de crescimento, mas deve encontrar dificuldades no segundo trimestre. A margem líquida ajustada de mercado deve retornar ao território negativo, com projeção de -R$ 505 milhões, impactada principalmente pelas oscilações cambiais.

Apesar disso, a margem com clientes deve continuar beneficiada pelos depósitos. O Safra estima um custo de risco de 4,9%, refletindo o aumento de inadimplência já observado no primeiro trimestre. Ainda assim, o banco deverá apresentar crescimento de 8% no lucro trimestral.

Principais riscos no radar dos investidores

Entre os fatores que podem influenciar os resultados dos bancos estão:

  • Alta da Selic: afeta o custo do crédito e aumenta inadimplência, principalmente em linhas voltadas para baixa renda e PMEs.
  • Deterioração da qualidade dos ativos: evidenciada em setores como veículos, crédito pessoal e cartões.
  • Provisões elevadas: podem pressionar os resultados líquidos dos bancos, principalmente no BB.
  • Desempenho cambial: influencia diretamente os números de Santander e Itaú.
  • Ritmo da economia: crescimento mais lento limita a expansão das carteiras de crédito.

Conclusão: Itaú e Bradesco devem liderar, BB preocupa investidores

Enquanto Itaú e Bradesco mantêm bons fundamentos e lucros crescentes, o Banco do Brasil segue enfrentando desafios estruturais que comprometem seu desempenho no curto prazo. A inadimplência elevada e a pressão sobre o crédito corporativo colocam o BB sob vigilância do mercado. Já o Santander, embora com lucro crescente, ainda sente os efeitos da instabilidade cambial.

A temporada de resultados será crucial para confirmar essas projeções e definir os rumos das ações bancárias no segundo semestre de 2025.

BBAS3 pode amargar queda de 50% no lucro, enquanto ITUB4, BBDC4 e SANB11 mostram resiliência, aponta Safra
BBAS3 pode amargar queda de 50% no lucro, enquanto ITUB4, BBDC4 e SANB11 mostram resiliência, aponta Safra

Perguntas frequentes sobre resultados bancários no segundo trimestre de 2025

1. Por que o lucro do Banco do Brasil pode cair 50% neste trimestre?
O principal motivo é o aumento da inadimplência e o enfraquecimento do crédito corporativo, especialmente para pequenas e médias empresas.

2. O Bradesco vai manter os bons resultados?
Sim. O banco deve registrar crescimento no lucro graças à melhora na margem financeira com clientes e à queda da carteira reestruturada.

3. O que impulsiona o lucro do Itaú neste trimestre?
A redução na carga tributária e o crescimento da margem financeira com clientes são os principais fatores positivos.

4. Por que o Santander deve ter desempenho mais modesto?
A pressão do câmbio e a queda na margem ajustada de mercado afetam diretamente os resultados do banco.

5. Quais são os maiores riscos para os bancos neste trimestre?
Aumento da inadimplência, alta da Selic, provisões elevadas e desaceleração econômica são os principais pontos de atenção.

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