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Cade aprova fusão entre Petz e Cobasi: saiba o que muda no mercado de pets no Brasil

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a fusão entre as redes Petz e Cobasi. A união dessas gigantes do varejo pet cria uma empresa com faturamento estimado em R$ 7 bilhões, redesenhando o cenário competitivo do setor no Brasil. O parecer, emitido em um relatório de 46 páginas, conclui que a fusão não compromete a concorrência, graças à presença relevante de pequenos pet shops e marketplaces como Amazon, Mercado Livre e Petlove, que continuam a exercer pressão competitiva significativa.

A recomendação da Superintendência veio apenas uma semana após ter levantado preocupações iniciais sobre possível concentração de mercado. No entanto, o estudo econômico solicitado durante esse período concluiu que as barreiras para entrada de novos competidores são baixas, principalmente devido à facilidade de abrir novos estabelecimentos e ao crescimento contínuo do mercado pet no Brasil, que movimentou mais de R$ 65 bilhões em 2024, segundo o Instituto Pet Brasil.

Por que o Cade aprovou a fusão sem restrições?

A principal justificativa do Cade é que a estrutura atual do mercado ainda favorece a concorrência. Apesar da fusão concentrar duas das maiores varejistas do setor, pequenos comércios locais continuam relevantes e possuem grande capilaridade, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Além disso, marketplaces digitais vêm ganhando força e ampliando a concorrência de forma expressiva. Segundo o relatório, isso reduz o risco de práticas monopolistas ou de aumento excessivo de preços.

O documento também destaca a tendência de crescimento acelerado no setor, com expectativa de que mais players entrem no mercado nos próximos anos. Isso contribui para manter a dinâmica de competição mesmo com a consolidação das duas grandes marcas.

Estrutura societária da nova empresa e próximos passos

Com a aprovação do Cade, a fusão agora entra em fase final de consolidação. Os acionistas da Petz deterão 52,6% da nova companhia, enquanto os da Cobasi ficarão com 47,4%. Há ainda um prazo de 15 dias para que conselheiros e concorrentes apresentem eventuais recursos. Se não houver impugnações, a decisão será considerada definitiva.

Enquanto isso, analistas do mercado financeiro apontam que a nova empresa pode se beneficiar de sinergias operacionais, como a otimização de logística, redução de custos e maior poder de negociação com fornecedores. No entanto, ressaltam que o ambiente competitivo continua desafiador, principalmente com o avanço de grandes plataformas como Amazon e Mercado Livre no segmento pet.

O impacto nas ações da Petz (PETZ3)

Desde o início de 2025, as ações da Petz acumulam valorização de 7,5% na B3, apesar de estarem sendo negociadas com um múltiplo de 25 vezes o lucro, o que reflete um cenário ainda cauteloso. O BTG Pactual mantém recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 5,00, alegando que o mercado competitivo pode limitar uma precificação mais agressiva.

Ainda assim, há expectativa de valorização a médio prazo caso a empresa consiga entregar os ganhos de eficiência prometidos com a fusão. O setor pet continua sendo um dos mais resilientes do varejo, com crescimento sustentado mesmo em cenários econômicos adversos, impulsionado pela humanização dos pets e aumento dos gastos por animal.

Cade aprova fusão entre Petz e Cobasi: saiba o que muda no mercado de pets no Brasil

Concorrência segue atenta

A Petlove, um dos principais concorrentes no e-commerce pet, se posicionou contra a fusão durante o processo, argumentando que a operação poderia reduzir a competitividade com players menores e marketplaces. No entanto, o Cade considerou que a atuação desses competidores, junto ao baixo custo de entrada no mercado, são fatores suficientes para mitigar os riscos.

Além disso, a fusão pode estimular outros players a se fortalecerem, buscando fusões, expansão digital ou diferenciação por serviços para manter sua participação de mercado. A disputa deve se acirrar nos próximos meses, especialmente no ambiente online, onde a escalabilidade e a logística são fatores decisivos.

Perguntas mais buscadas sobre a fusão Petz e Cobasi

1. A fusão entre Petz e Cobasi foi aprovada com restrições?
Não. O Cade aprovou a fusão sem nenhuma restrição, considerando que o mercado permanece competitivo.

2. O que muda para os consumidores com a fusão de Petz e Cobasi?
A expectativa é de preços mais competitivos, maior eficiência operacional e ampliação de serviços, embora o impacto dependa da resposta dos concorrentes.

3. Como ficará a nova estrutura da empresa após a fusão?
Os acionistas da Petz terão 52,6% da nova companhia e os da Cobasi ficarão com 47,4% da participação.

4. A fusão afeta pequenos pet shops?
Segundo o Cade, não. Os pequenos pet shops ainda representam uma parte relevante do mercado e devem continuar sendo competitivos, especialmente em nichos regionais.

5. Quais são os principais concorrentes da nova empresa?
Petlove, Amazon e Mercado Livre são os principais concorrentes digitais, enquanto pet shops locais mantêm forte presença física em todo o Brasil.

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