O mercado de investimentos brasileiro ganha um novo protagonista: o CASA11, um ETF de REITs com estratégia de chamada coberta (covered call), que estreia hoje, dia 30 de maio de 2025, na B3. A proposta é clara: oferecer ao investidor renda passiva em dólar, com pagamento mensal de dividendos e um dividend yield estimado de até 12% ao ano. O produto foi lançado pela gestora Buena Vista Asset, que busca atender à crescente demanda por ativos internacionais, especialmente aqueles relacionados ao mercado imobiliário dos Estados Unidos.
De acordo com Renato Nobile, CEO da Buena Vista, a motivação principal para a criação do CASA11 foi o apetite crescente dos investidores brasileiros por diversificação internacional. “Recebemos muita demanda para trazer ativos de REITs, que possuem um componente essencial de diversificação e proteção cambial”, afirma o executivo.
O que é o CASA11 e como ele funciona?
O CASA11 replica o desempenho do IYR — iShares US Real Estate ETF, um dos fundos imobiliários mais tradicionais e líquidos dos Estados Unidos. O IYR é composto por 64 empresas e REITs (Real Estate Investment Trusts) que, juntos, detêm mais de 500 mil imóveis nos EUA. Entre os principais setores presentes no portfólio estão:
- Varejo: com grandes shoppings e centros comerciais.
- Logística: galpões e centros de distribuição.
- Data centers: aproximadamente 550 unidades dedicadas ao armazenamento e processamento de dados.
- Imóveis não tradicionais: como centros esportivos e parques.
Essa variedade proporciona uma ampla diversificação setorial e geográfica, diluindo riscos e potencializando as oportunidades.
A estratégia de chamada coberta: como gera renda?
O grande diferencial do CASA11 está na adoção da estratégia de chamada coberta (covered call), usada para gerar renda adicional. Funciona da seguinte forma:
- A gestora vende opções de compra sobre as cotas do IYR que detém.
- Se as opções não forem exercidas (quando o preço do ativo não supera o preço de exercício), o fundo embolsa o prêmio das opções.
- Caso o preço das cotas suba acima do valor de exercício, o comprador da opção tem direito a adquirir as cotas por um preço inferior ao de mercado, limitando o ganho potencial do fundo.
Segundo Nobile, nem todo o portfólio é coberto: parte das cotas permanece livre para capturar valorizações mais expressivas do mercado. “Essa é uma forma eficiente de equilibrar a geração de renda mensal com potencial de valorização”, ressalta.
Quais são os custos e a tributação?
O CASA11 apresenta custos competitivos:
- Taxa de administração global: 0,68% ao ano.
- Imposto de Renda: 15% sobre os ganhos com a venda de cotas e também sobre os dividendos recebidos.
É importante lembrar que, mesmo sendo um produto listado no Brasil, o investidor se expõe ao risco cambial, pois os ativos são denominados em dólar.
Por que o lançamento do CASA11 é um marco para o investidor brasileiro?
A criação do CASA11 ocorre em um contexto de transformação no mercado de ETFs no Brasil. Desde março de 2025, a B3 permite que ETFs de fundos imobiliários (FIIs) distribuam dividendos diretamente aos cotistas. Essa mudança foi decisiva para a estruturação do CASA11.
Segundo Nobile, o cronograma de lançamento precisou ser ajustado devido ao volume surpreendente de investidores interessados, superando as expectativas iniciais. A oferta foi coordenada pelo UBS BB, reforçando a confiança institucional no produto.
Além disso, o CASA11 segue a mesma linha do COIN11, o primeiro ETF de bitcoin com renda mensal do Brasil, também lançado pela Buena Vista, que se tornou um dos produtos que mais cresce na bolsa brasileira.
Quais são os benefícios de investir no CASA11?
O CASA11 oferece uma combinação estratégica de vantagens para o investidor:
- Renda passiva mensal: com projeção de dividend yield de até 12% ao ano.
- Exposição ao mercado imobiliário dos EUA: um dos mais sólidos e dinâmicos do mundo.
- Diversificação internacional: essencial para diluir riscos e reduzir a dependência do mercado brasileiro.
- Proteção cambial natural: como os ativos são denominados em dólar, o investidor se beneficia da valorização da moeda americana.
- Estratégia com opções: maximiza a eficiência na geração de renda.
De acordo com Nobile, “quem não investe fora do Brasil está praticamente fora do mercado em termos de diversificação”, já que o país representa apenas cerca de 0,5% do mercado financeiro global.
Quais os riscos e cuidados necessários?
Apesar das vantagens, o CASA11 não é isento de riscos:
- Limitação de ganhos: devido à estratégia de covered call, as altas expressivas podem ser parcialmente capturadas.
- Risco cambial: a exposição ao dólar pode tanto beneficiar quanto prejudicar o investidor.
- Volatilidade do mercado imobiliário: embora o portfólio seja diversificado, o setor pode sofrer com mudanças macroeconômicas.
Por isso, especialistas recomendam que o investidor avalie seu perfil de risco, além de buscar sempre informação qualificada e assessoria financeira.

Conclusão: o CASA11 vale a pena?
O CASA11 surge como uma alternativa inovadora e acessível para quem deseja obter renda passiva e diversificar internacionalmente sem a complexidade de abrir conta em corretoras estrangeiras. A estratégia de chamada coberta, aliada ao pagamento mensal de dividendos, pode atrair investidores em busca de renda recorrente e exposição ao dólar.
No entanto, como qualquer produto de investimento, requer análise criteriosa, especialmente quanto aos riscos envolvidos. O CASA11 se posiciona como uma ferramenta útil para compor carteiras diversificadas, mas não como uma solução única.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre o ETF CASA11
1. O que é o CASA11?
O CASA11 é um ETF de REITs lançado pela Buena Vista que replica o IYR, focado no mercado imobiliário dos EUA, com estratégia de geração de renda via chamada coberta e pagamento mensal de dividendos.
2. Qual o rendimento esperado do CASA11?
O fundo tem como meta um dividend yield anual de até 12%, com distribuição mensal.
3. Como funciona a estratégia de chamada coberta (covered call)?
Consiste na venda de opções de compra sobre os ativos do fundo, gerando renda extra e proporcionando eficiência, mas limitando parte dos ganhos em altas expressivas.
4. Quais são os custos para investir no CASA11?
A gestora cobra uma taxa de administração de 0,68% ao ano, e há tributação de 15% sobre lucros e dividendos, conforme regra para ETFs no Brasil.
5. Quais os principais riscos ao investir no CASA11?
Os principais riscos incluem: limitação de ganhos, exposição cambial ao dólar e volatilidade do mercado imobiliário americano.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.