Mudanças nos CRIs e CRAs em 2025? Com as recentes alterações nas regras para emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), o mercado financeiro se vê diante de um novo cenário regulatório que promete redefinir o jogo para fundos imobiliários (FIIs) e Fiagros. As mudanças foram implementadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e têm como principal objetivo garantir que os benefícios fiscais, como a isenção de Imposto de Renda, sejam concedidos apenas a empresas que realmente atuam nos setores imobiliário ou agropecuário.
A partir de agora, não apenas companhias abertas, mas também empresas de capital fechado serão impactadas pelas novas exigências. Isso exige atenção redobrada dos investidores que desejam se proteger e, ao mesmo tempo, aproveitar as possíveis oportunidades geradas por esse novo cenário.
O que muda nas regras dos CRIs e CRAs?
As novas diretrizes do CMN restringem o acesso à isenção de IR para emissões de CRIs e CRAs apenas a empresas cuja atividade principal esteja diretamente ligada ao setor imobiliário ou ao agronegócio. Isso significa que:
- Indústrias ou empresas com atividades mistas poderão perder o benefício fiscal;
- A exigência agora se aplica também a empresas de capital fechado;
- As mudanças não afetam CRIs e CRAs já emitidos ou com oferta em andamento, evitando insegurança jurídica.
Essa última decisão é vista como positiva pelo mercado, pois preserva os direitos dos investidores que já alocaram recursos nesses papéis.
Impacto nos FIIs: efeitos limitados, mas dignos de atenção
Os impactos diretos sobre os FIIs — especialmente os FIIs de papel — devem ser limitados. Isso se deve ao perfil dos ativos mantidos por esses fundos, que geralmente têm lastro em aluguéis de imóveis, com devedores fortemente vinculados ao setor imobiliário.
Entre os principais pontos positivos para os fundos imobiliários, destacam-se:
- ✅ Preservação do estoque atual de CRIs;
- ✅ Redução na oferta futura de papéis, o que pode aumentar a atratividade dos ativos já em carteira;
- ✅ Potencial valorização dos títulos existentes por conta da escassez futura.
💡 Exemplo prático: Um FII que possui CRIs atrelados a fluxos de locação de shoppings ou galpões logísticos, todos vinculados ao setor imobiliário, deve continuar operando normalmente e com menos concorrência por ativos similares no mercado.
E os Fiagros? O risco é maior
O cenário se torna mais desafiador para os Fiagros, que operam em um setor com estruturas empresariais mais complexas. Isso porque muitas empresas do agronegócio possuem cadeias de produção verticalizadas, integrando desde a produção agrícola até a industrialização — o que pode dificultar o cumprimento da exigência de que dois terços da receita venham diretamente do setor agropecuário.
🔎 Exemplo prático: Uma empresa que processa soja para fabricar óleos ou ração pode usar insumos agropecuários, mas ser classificada como indústria — e, portanto, perder o direito à isenção de IR nos CRAs emitidos.
Oportunidades escondidas no novo cenário
Embora o cenário inicial pareça restritivo, há possíveis ganhos indiretos para os fundos que já possuem bons ativos em carteira. A escassez de novos CRIs e CRAs no mercado pode:
- 📈 Aumentar a procura por fundos que ainda têm acesso a esses papéis;
- 💰 Gerar valorização das cotas no mercado secundário;
- 👀 Atrair capital de investidores buscando ativos isentos de IR e cada vez mais raros.
E fundamental monitorar como as empresas emissores vão se adaptar às novas regras, e como os gestores de fundos vão ajustar suas estratégias diante das mudanças.

Conclusão: mudança regulatória ou oportunidade estratégica?
As novas regras para CRIs e CRAs representam uma tentativa clara de coibir abusos no uso de incentivos fiscais, mas também criam um ambiente mais competitivo para os fundos que operam dentro das exigências legais. Para investidores atentos, o cenário oferece riscos, sim, mas também oportunidades interessantes, especialmente para quem busca renda passiva e isenção fiscal de longo prazo.
Se você investe ou pretende investir em FIIs ou Fiagros, este é o momento ideal para:
✅ Rever a composição dos fundos em carteira;
✅ Entender se os ativos estão alinhados com os novos critérios;
✅ Analisar com cuidado o comportamento do mercado nos próximos meses.
FAQMA – Perguntas mais buscadas sobre as mudanças nos CRIs e CRAs
1. O que mudou nas regras dos CRIs e CRAs em 2025?
Agora, apenas empresas com atividade principal no setor imobiliário ou agropecuário podem emitir CRIs e CRAs com isenção de IR, mesmo que sejam de capital fechado.
2. FIIs de papel serão prejudicados pelas novas regras?
Não diretamente. A maioria desses fundos já possui CRIs lastreados em aluguéis de imóveis, o que os mantém dentro do novo padrão exigido.
3. As mudanças afetam os CRIs e CRAs que já estão em circulação?
Não. Os papéis já emitidos e as ofertas em andamento continuam válidos e com isenção de IR preservada.
4. Fiagros correm mais risco com as novas regras?
Sim. Como muitas empresas do agro são integradas à indústria, elas podem não atender às novas exigências e perder o benefício fiscal.
5. Essas mudanças podem valorizar os fundos imobiliários?
Sim. A escassez de novos CRIs pode aumentar a demanda por fundos que já têm esses papéis em carteira, valorizando as cotas e os rendimentos.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.