A Neuralink, empresa fundada por Elon Musk, acaba de dar mais um passo ousado no campo da neurotecnologia. Durante a conferência Neural Interfaces, nos Estados Unidos, o engenheiro Joseph O’Doherty revelou que um macaco foi capaz de reagir a estímulos visuais inexistentes, graças a um implante cerebral desenvolvido pela empresa. A experiência marca um avanço significativo na missão de usar a inteligência artificial e chips neurais para restaurar a visão de pessoas cegas e expandir as capacidades sensoriais humanas no futuro.
Como funciona o chip Blindsight e o que ele realizou
O experimento foi realizado com o dispositivo denominado Blindsight, um chip implantável que estimula diretamente as áreas visuais do cérebro, imitando os sinais enviados pelos olhos. Durante os testes, o animal moveu os olhos na direção esperada em cerca de dois terços das tentativas — mesmo sem haver um estímulo visual real. Isso indica que o cérebro interpretou o impulso gerado pelo chip como uma imagem, criando uma ilusão visual.
Essa é a primeira vez que a Neuralink divulga publicamente resultados dos testes do Blindsight. Embora o estudo ainda esteja em fase inicial e realizado apenas em animais, os dados apontam para um futuro promissor na restauração da visão em humanos com deficiência visual.
Potencial revolucionário para a saúde e os sentidos
O principal objetivo do Blindsight é devolver a capacidade de enxergar a pessoas cegas. Porém, os planos da empresa vão além: Elon Musk já afirmou que pretende desenvolver formas de visão expandida, como enxergar no espectro infravermelho — algo que ultrapassaria os limites naturais do corpo humano.
Essas ambições colocam a Neuralink à frente no campo da interface cérebro-máquina. O uso de implantes cerebrais também está sendo estudado para permitir que pessoas paralisadas se comuniquem ou voltem a se mover, abrindo caminhos para o tratamento de condições neurológicas que até hoje são consideradas irreversíveis.
Testes em humanos e próximos passos
Segundo Elon Musk, cinco pessoas já receberam implantes da Neuralink até junho de 2025. Três delas foram operadas em 2024 e outras duas neste ano. Alguns desses pacientes usam o dispositivo por até 60 horas semanais, demonstrando o potencial de integração da tecnologia com a vida cotidiana.
A expectativa da empresa é iniciar os testes do Blindsight em humanos ainda em 2025. A versão futura do sistema incluiria também um par de óculos inteligentes, que funcionaria em sincronia com o chip cerebral, facilitando a interpretação visual e permitindo aplicações práticas no dia a dia.
Por que a Neuralink testa em macacos?
Os macacos foram escolhidos porque possuem um córtex visual superficial, facilitando o acesso cirúrgico aos neurônios responsáveis pela visão. Em humanos, essa região é mais profunda, o que exige técnicas avançadas para realizar os implantes com segurança. Para isso, a Neuralink utiliza um robô cirúrgico próprio, capaz de inserir eletrodos com precisão milimétrica, mesmo nas partes mais delicadas do cérebro humano.
Além disso, durante a mesma conferência, a equipe da empresa apresentou um estudo em que um macaco teve a medula espinhal estimulada por outro implante da Neuralink, gerando movimentos musculares. Essa técnica é estudada por cientistas há anos e pode, no futuro, ser adaptada para recuperar movimentos em pessoas com lesões medulares.
A visão de Elon Musk sobre o futuro da humanidade e da IA
Musk tem deixado claro que os implantes cerebrais não são apenas uma solução médica, mas também uma resposta estratégica ao avanço da inteligência artificial. Em suas palavras, a comunicação direta com máquinas pode ser a chave para manter a humanidade relevante frente à evolução das IAs. Por isso, ele investe paralelamente em empresas como a xAI Corp, que desenvolve sistemas de inteligência artificial avançada.
Em resumo, o experimento com o chip Blindsight representa um marco promissor. Se os testes em humanos forem bem-sucedidos, a Neuralink pode transformar radicalmente o tratamento de cegueira e mobilidade, além de abrir portas para capacidades sensoriais inéditas na história da humanidade.

Perguntas mais pesquisadas sobre a Neuralink e seus implantes cerebrais
1. O que é o Blindsight da Neuralink?
É um chip cerebral desenvolvido para estimular diretamente áreas visuais do cérebro, permitindo que o cérebro “veja” mesmo sem estímulo físico real.
2. A Neuralink já testou implantes em humanos?
Sim. Até junho de 2025, cinco pessoas já receberam implantes da Neuralink, sendo três em 2024 e duas em 2025.
3. O chip pode devolver a visão para cegos?
Esse é o objetivo principal do projeto Blindsight. Os testes em macacos indicam potencial, mas a eficácia em humanos ainda está em fase de estudo.
4. A Neuralink pode ajudar pessoas paralisadas?
Sim. A empresa também desenvolve implantes que estimulam a medula espinhal e o cérebro, com o intuito de restaurar a comunicação e o movimento muscular.
5. Quais os riscos de implantes cerebrais como o da Neuralink?
Por se tratar de uma tecnologia invasiva e experimental, ainda existem riscos cirúrgicos, de rejeição ou mau funcionamento, além de questões éticas em debate.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.