A nova onda de tarifas de Trump agita os mercados: veja como o Ibovespa pode reagir

A nova onda de tarifas de Trump agita os mercados: veja como o Ibovespa pode reagir

O clima de incerteza internacional voltou a pressionar os mercados nesta semana, com os olhos voltados para a política comercial dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump reacendeu as tensões ao ameaçar novos aumentos tarifários, colocando em xeque acordos internacionais e influenciando diretamente o desempenho de bolsas ao redor do mundo, incluindo o Ibovespa. A possibilidade de prorrogação do início das tarifas até 1º de agosto trouxe alívio temporário, mas os riscos seguem no radar dos investidores.

Tarifa de Trump: prorrogação gera alívio, mas mercado segue cauteloso

Inicialmente programada para entrar em vigor em 9 de julho, a nova rodada de tarifas sobre importações pode ser adiada para 1º de agosto. Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, o decreto presidencial será assinado nos próximos dias, concedendo mais tempo para que países alinhem acordos comerciais com os Estados Unidos.

Até agora, apenas Reino Unido e Vietnã firmaram acordos formais com os EUA. Com a China, houve um entendimento preliminar envolvendo a produção de terras raras, mas sem consenso tarifário. O impasse mantém os mercados globais em compasso de espera.

Ameaças contra países do Brics e novas sanções

Trump elevou ainda mais a tensão ao anunciar que pretende aplicar tarifas extras de 10% a países que demonstrarem apoio ao Brics, grupo do qual o Brasil faz parte. A declaração ocorreu após líderes do bloco criticarem as medidas unilaterais que, segundo eles, “distorcem o comércio internacional”.

Além disso, cartas foram enviadas a 14 países — entre eles Japão, Coreia do Sul e Sérvia — com o aviso de que tarifas entre 25% e 40% podem ser impostas já no início de agosto. Essa postura agressiva do governo norte-americano impacta diretamente o fluxo global de capitais e amplia a volatilidade dos mercados emergentes.

Reação dos mercados internacionais

Apesar das ameaças, a prorrogação das tarifas contribuiu para um breve alívio nas bolsas asiáticas, que encerraram o pregão em alta. Na Europa, os mercados abriram sem direção definida, refletindo incertezas sobre o desfecho das negociações comerciais. Já em Wall Street, os futuros operam de forma mista, indicando cautela por parte dos investidores.

No segmento de commodities, o preço do petróleo recuou e ronda os US$ 70 por barril, diante de temores com redução da demanda global. Já no mercado de criptomoedas, o bitcoin (BTC) apresentou leve queda, sendo negociado a US$ 108 mil, enquanto o ethereum (ETH) recuou 0,4%, cotado a US$ 2.500.

O que esperar do Ibovespa nesta terça-feira

No Brasil, o Ibovespa encerrou o último pregão com queda de 1,26%, aos 139.489 pontos, pressionado pelo cenário externo e por dados fracos da economia doméstica. Para esta terça-feira, a expectativa gira em torno da continuidade da volatilidade, com os investidores atentos à agenda política e econômica.

Destaques do dia:

  • Divulgação dos dados de vendas no varejo de maio pelo IBGE, importantes para avaliar a atividade econômica brasileira;
  • Repercussão da declaração de apoio de Donald Trump a Jair Bolsonaro, que gerou ruído político;
  • Divulgação de prévias operacionais do segundo trimestre por empresas do setor imobiliário, como a Cury (CURY3), que anunciou um VGV de R$ 2,2 bilhões entre abril e junho, alta de 28,3% na comparação anual.

O dólar à vista fechou o último pregão a R$ 5,4778, com alta de 0,98%, refletindo o aumento da aversão ao risco. Já o ETF iShares MSCI Brazil (EWZ), listado na Bolsa de Nova York, recuou 0,14% no after-market, cotado a US$ 28,56.

O cenário político e seus impactos no mercado

Internamente, as tensões políticas também estão no radar dos investidores. A manifestação de Trump em apoio a Bolsonaro provocou reações em Brasília, mas o STF optou por não emitir resposta institucional. O presidente Lula afirmou que o Brasil manterá sua soberania e que não aceita interferência externa.

Esses episódios adicionam volatilidade ao ambiente doméstico, podendo impactar expectativas futuras de investimentos e a confiança do investidor estrangeiro no país.

A nova onda de tarifas de Trump agita os mercados: veja como o Ibovespa pode reagir
A nova onda de tarifas de Trump agita os mercados: veja como o Ibovespa pode reagir

Perguntas mais buscadas sobre tarifas de Trump e Ibovespa

1. Como as tarifas de Trump impactam o Ibovespa?
Elas aumentam a aversão ao risco, pressionando ações brasileiras e elevando a volatilidade do índice.

2. O que pode acontecer com o dólar diante das tensões comerciais?
A moeda americana tende a se valorizar frente ao real, em razão da fuga de capital dos emergentes.

3. Por que o adiamento das tarifas traz alívio temporário?
Porque evita a aplicação imediata das sanções, mas não resolve o impasse comercial no longo prazo.

4. Quais setores da bolsa são mais afetados pelas tarifas dos EUA?
Setores exportadores, como siderurgia, petróleo e papel e celulose, sofrem mais com tensões comerciais.

5. A relação de Trump com o Brics pode influenciar o mercado brasileiro?
Sim, especialmente se medidas forem direcionadas ao Brasil, como aumento de tarifas ou retaliações.

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