Poder Excessivo do STF Ameaça a Democracia Brasileira, Alerta Revista The Economist

Poder Excessivo do STF Ameaça a Democracia Brasileira, Alerta Revista The Economist

Introdução

Uma das mais respeitadas publicações internacionais, a revista britânica The Economist, acendeu um alerta importante sobre a atual configuração de poder no Brasil. Em matéria recente, a revista destaca que o Supremo Tribunal Federal (STF) vem acumulando influência de forma preocupante, especialmente através de decisões individuais tomadas por seus ministros, com ênfase na atuação de Alexandre de Moraes. O editorial levanta dúvidas sobre a imparcialidade da Corte e o impacto disso para o equilíbrio democrático no país.


O STF e o Crescimento do Poder Judiciário no Brasil

A matéria destaca que, nas últimas décadas, o Judiciário brasileiro passou a desempenhar um papel cada vez mais central no cenário político — muitas vezes ocupando espaços deixados pelo Executivo e pelo Legislativo. Essa evolução, embora inicialmente necessária em momentos de crise, hoje levanta questionamentos sérios sobre os limites institucionais do Supremo.

Casos que marcaram o envolvimento do Judiciário:

  • 2003 até hoje: todos os presidentes da República enfrentaram denúncias ou processos.
    • Dilma Rousseff sofreu impeachment.
    • Lula foi preso por corrupção.
    • Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe em 2022.

Ainda assim, The Economist aponta que o protagonismo excessivo de certos ministros pode representar um novo tipo de ameaça à democracia: a concentração de poder em figuras não eleitas.


Alexandre de Moraes no Centro das Críticas

Alexandre de Moraes é colocado como principal símbolo do avanço do Judiciário sobre outras esferas do poder. Sua atuação em temas como regulação das redes sociais, liberdade de expressão e investigações envolvendo políticos o tornou uma figura central — e também polêmica — na política nacional.

Pontos de destaque nas críticas a Moraes:

  • Decisões monocráticas com impacto nacional.
  • Falta de transparência nas decisões.
  • Ações diretas contra plataformas digitais, como o X (ex-Twitter).
  • Rejeição à criação de um código de ética interno no STF.

Segundo a revista, essas atitudes elevam o risco de politização da Corte e afastam o STF de sua função original: agir como árbitro imparcial da Constituição.


Popularidade em Queda: O STF Perde Apoio Popular

Um dos indicadores usados pela The Economist para reforçar sua análise é o nível de aprovação da Corte junto à população brasileira, que vem despencando nos últimos anos.

Comparativo de popularidade:

  • 2022: 31% dos brasileiros avaliavam o STF como “bom” ou “ótimo”.
  • 2025: esse número caiu para apenas 12%.

A queda é atribuída, em grande parte, à percepção de que o Supremo está interferindo diretamente na política nacional, e muitas vezes agindo sem o devido debate público.


O Problema das Decisões Monocráticas

Um dos pontos centrais da crítica é o uso das chamadas decisões monocráticas, quando apenas um ministro toma uma decisão de grande alcance — algo que, segundo a revista, não ocorre em democracias consolidadas.

Problemas associados a essa prática:

  • Falta de colegialidade.
  • Redução dos mecanismos de controle e contrapesos.
  • Afastamento do princípio da pluralidade de ideias.
  • Aumento da percepção de autoritarismo judicial.

A matéria compara a atuação do STF à de um legislador, que cria normas e regula temas centrais sem o respaldo do voto popular — o que fere os princípios da representatividade democrática.


O Caso Bolsonaro e os Riscos de Politização

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro é citado como exemplo de possível desequilíbrio institucional. A revista critica o fato de que apenas cinco dos onze ministros devem participar da decisão — sendo dois deles ligados ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o que compromete a percepção de imparcialidade.

Para a The Economist, este é um caso emblemático da urgência em revisar os critérios de funcionamento do Supremo Tribunal Federal, buscando garantir sua legitimidade e independência.


Propostas da The Economist para Reequilibrar o Sistema

A matéria conclui com sugestões que poderiam ajudar a restabelecer a harmonia entre os Poderes e fortalecer a democracia brasileira:

Propostas destacadas:

  • Substituir julgamentos parciais por deliberações no plenário completo do STF.
  • Reduzir ou regulamentar o uso de decisões monocráticas.
  • Criar um código de ética para os ministros do STF.
  • Transferir ao Congresso Nacional o protagonismo em temas como liberdade de expressão na internet.
  • Estimular um debate público sobre os limites do Poder Judiciário.

A publicação encerra com um alerta:

“Dois dos três Poderes já perderam a confiança da população. É essencial evitar que o terceiro siga o mesmo caminho.”


Conclusão

O editorial da The Economist não apenas expõe os desafios enfrentados pelo sistema institucional brasileiro, como também provoca uma reflexão urgente: quais são os limites do Judiciário em uma democracia? O equilíbrio entre os Poderes é uma das bases de qualquer regime democrático, e o Brasil, segundo a revista, corre o risco de desestabilizar essa balança.

Deixe um comentário