Criptomoedas Ainda Não Revolucionaram os Pagamentos – Veja o Que Falta para Isso Acontecer

Apesar de mais de uma década de desenvolvimento e adoção crescente, as criptomoedas ainda não conquistaram um espaço relevante no setor de pagamentos do dia a dia. Wei Dai, um dos pioneiros da criptoeconomia e criador do b-money — sistema precursor do Bitcoin —, fez duras críticas à estagnação do uso de criptoativos em transações comerciais. Segundo ele, mesmo com os altos custos dos métodos tradicionais, como taxas de 2% a 3% por venda pagas por lojistas a bancos e operadoras de cartão, os criptoativos ainda não conseguiram oferecer uma alternativa verdadeiramente competitiva.

O que está faltando para as criptos se consolidarem nos pagamentos?

Em uma recente publicação nas redes sociais, Wei Dai questionou: “Por que as criptomoedas ainda não venceram nos pagamentos entre consumidores e empresas (C2B)?”. Para ele, tanto do lado dos consumidores quanto dos comerciantes, há barreiras e ausências tecnológicas que impedem a massificação do uso das moedas digitais.

Do lado do consumidor, os principais entraves são:

• Falta de incentivos em tokens para estimular o uso.
• Aplicativos de pagamento intuitivos e acessíveis.
• Integração com bancos tradicionais (on-ramp) facilitada.
• Relatórios de conta comparáveis aos oferecidos por instituições financeiras tradicionais.
• Stablecoins com rendimento, para incentivar a economia e o uso.

Para os lojistas, os elementos cruciais incluem:

• Aplicativos de ponto de venda (POS) funcionais em celulares e tablets.
• Contas empresariais com stablecoins que rendam juros.
• Facilidade para converter cripto em moeda fiduciária (off-ramp) diretamente para bancos.

Dai compara o avanço tímido do setor com o que foi feito pelas empresas de cartões e bancos nas décadas de 1960 e 1970, que conseguiram construir um ecossistema financeiro robusto mesmo com a limitação tecnológica da época. Para ele, as empresas de cripto deveriam conseguir repetir esse feito com os recursos disponíveis hoje.

O papel da regulamentação no avanço das criptomoedas

Uma das soluções apontadas para destravar o uso de criptomoedas, especialmente das stablecoins, está na criação de regulamentações claras. O Projeto de Lei GENIUS (Guiding and Establishing National Innovation in U.S. Stablecoins), apresentado em fevereiro de 2025 pelo senador Bill Hagerty, tem como objetivo estabelecer diretrizes para o uso seguro e regulado dessas moedas estáveis. A expectativa é de que o Senado dos Estados Unidos aprove o texto ainda nesta semana, o que pode representar um divisor de águas para o setor.

Entretanto, críticos apontam que, mesmo com regulamentação, as stablecoins não oferecem soluções eficazes para crédito ao consumidor, um dos pilares do sistema fiduciário tradicional. Isso mostra que, embora importantes, as stablecoins não resolverão sozinhas todos os desafios do setor de pagamentos.

Principais conclusões:

• As criptomoedas ainda não conseguiram competir com o sistema tradicional em pagamentos C2B.
• Incentivos aos usuários e soluções tecnológicas para comerciantes são fundamentais.
• A regulamentação das stablecoins pode impulsionar o uso, mas não resolve a questão do crédito.
• O setor ainda precisa amadurecer para alcançar a adoção em massa.
• A aprovação do projeto GENIUS nos EUA pode ser um marco para o crescimento do uso de stablecoins.

5 Perguntas Frequentes Sobre Criptomoedas e Pagamentos

Felipe Ayan

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.