As medidas de controle de exportação implementadas pela China sobre três metais de importância estratégica para os setores de defesa e de semicondutores estão mantendo os embarques em patamares historicamente baixos. Essa situação ocorre apesar dos preços elevados observados no mercado global, à medida que Pequim reforça seu domínio sobre a cadeia de suprimentos desses minerais essenciais.
A China se destaca como o maior produtor mundial de antimônio, germânio e gálio, elementos que desempenham papéis específicos, porém vitais, em segmentos como energia limpa, fabricação de chips e indústria de defesa. Desde 2023, o governo chinês tem gradualmente incluído esses metais em sua lista de controles de exportação, culminando, em dezembro, com a proibição total de exportações para os Estados Unidos.
Para qualquer item incluído nessa lista de controle, os exportadores chineses são obrigados a solicitar licenças de exportação. Esse processo, caracterizado por sua falta de transparência, concede a Pequim um mecanismo eficaz para exercer o controle que construiu ao longo de anos sobre a mineração e o processamento desses minerais cruciais.
Novos dados alfandegários divulgados neste domingo (20) reforçaram uma tendência que se consolidou desde a imposição dos controles: uma queda acentuada nas exportações e a exclusão de alguns compradores, especialmente na Europa, da cadeia de suprimentos desses materiais.
IMPACTO NOS EMBARQUES: As exportações de produtos de antimônio e germânio no primeiro trimestre de 2025 registraram quedas significativas de 57% e 39%, respectivamente, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No caso do gálio, as exportações em março atingiram o nível mais baixo desde outubro de 2023. Embora os embarques trimestrais tenham apresentado um aumento em relação ao ano passado, a tendência atual permanece bem abaixo dos volumes observados em 2022, o último ano completo antes da implementação das restrições.
Além da redução nos volumes, os dados revelam uma concentração dos embarques de antimônio em um número menor de países.
IMPLICAÇÕES PARA A EUROPA: Após um período de cinco meses sem remessas, pequenos volumes de antimônio foram enviados para a Bélgica e a Alemanha em março. No entanto, essas exportações ficaram significativamente abaixo dos níveis históricos. Grandes compradores tradicionais, como a Holanda, não recebem embarques desde setembro de 2024.
Esse padrão observado nos embarques dos três metais levanta questionamentos sobre o número de licenças de exportação que a China aprovará para os sete elementos de terras raras que adicionou à sua lista de controle neste mês, bem como a velocidade desse processo. Exportadores do setor preveem um tempo de espera de meses para a obtenção das licenças, e um prazo ainda maior para vendas destinadas aos Estados Unidos.
Desde setembro do ano passado, não houve exportações de antimônio para os Estados Unidos, e os embarques de germânio e gálio para o país americano estão zerados desde 2023.
A diminuição das exportações chinesas tem gerado dificuldades para os consumidores estrangeiros na obtenção desses materiais essenciais, o que, por sua vez, elevou os preços no mercado global. Essa alta nos preços tem contribuído para sustentar os valores desses minerais dentro da própria China, a segunda maior economia do mundo.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.