Selic pode subir para 15%? Copom inicia reunião decisiva com mercado dividido

Selic pode subir para 15%? Copom inicia reunião decisiva com mercado dividido

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começa nesta terça-feira, 16 de junho de 2025, uma das reuniões mais aguardadas do ano para definir os rumos da taxa básica de juros no Brasil. Atualmente fixada em 14,75% ao ano, a taxa Selic pode sofrer um novo ajuste, com parte dos analistas apostando em uma elevação de 0,25 ponto percentual, o que levaria o juro básico para 15% ao ano — o maior patamar em quase duas décadas.

Cenário econômico pressiona decisão sobre a Selic

A decisão do Copom acontece em um momento de forte pressão inflacionária, com indicadores mostrando resistência nos preços ao consumidor e serviços. Apesar de uma leve desaceleração nos últimos meses, o núcleo da inflação permanece acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o que dificulta uma política mais branda. Para o Banco Central, manter a credibilidade do regime de metas é essencial, especialmente em um cenário de incertezas fiscais e instabilidade internacional.

Mercado financeiro dividido sobre os próximos passos

As apostas do mercado estão divididas. De um lado, instituições como BTG Pactual e Itaú Unibanco veem espaço para manter a Selic em 14,75%, avaliando que os dados recentes ainda não justificam um novo aperto monetário. De outro, casas como XP Investimentos e Genial Investimentos defendem uma elevação para 15%, argumentando que o risco de desancoragem das expectativas de inflação ainda exige uma resposta mais firme da autoridade monetária.

Principais fatores que influenciam a taxa de juros

Vários elementos são considerados pelo Copom na hora de definir a taxa Selic. Entre os mais relevantes estão:

  • Inflação acumulada e expectativas para os próximos anos
  • Cenário fiscal e trajetória da dívida pública
  • Crescimento do PIB e ritmo da atividade econômica
  • Situação do mercado de trabalho
  • Contexto internacional, especialmente política monetária dos EUA

Esse conjunto de variáveis é avaliado a cada 45 dias, nas reuniões periódicas do Comitê, que reúne diretores do Banco Central e seu presidente, atualmente Gabriel Galípolo.

Impactos de uma Selic mais alta para o consumidor e para as empresas

Caso a Selic seja elevada para 15%, os efeitos serão sentidos em diversos setores da economia. Para os consumidores, o crédito tende a ficar mais caro — financiamentos, empréstimos e rotativo do cartão de crédito sofrem reajuste quase imediato. Já as empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, enfrentam mais dificuldade para tomar crédito e expandir seus negócios. Por outro lado, investimentos em renda fixa se tornam mais atrativos, como Tesouro Selic, CDBs e LCIs.

Exemplo prático: um título do Tesouro Direto atrelado à Selic que rende 14,75% ao ano hoje, pode passar a render 15% caso o Copom decida pelo aumento. Para quem investe, é uma valorização relevante, principalmente no longo prazo.

O que esperar da decisão do Copom?

O resultado da reunião será divulgado na quarta-feira, 17 de junho, após o fechamento dos mercados. Além da taxa em si, o mercado estará atento ao comunicado oficial do Copom, que deve trazer pistas sobre os próximos passos da política monetária. O tom do texto pode indicar se a autoridade monetária enxerga espaço para novos aumentos ou se considera que o ciclo de alta chegou ao fim.

Selic pode subir para 15%? Copom inicia reunião decisiva com mercado dividido
Copom inicia reunião decisiva com mercado dividido

Perguntas Frequentes sobre a Selic e a Reunião do Copom

1. O que é a taxa Selic e por que ela é importante?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia todos os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e investimentos de renda fixa.

2. Por que o Copom pode aumentar a Selic para 15%?

O aumento visa conter a inflação, que está acima da meta, e manter a credibilidade da política monetária diante das incertezas fiscais e internacionais.

3. Como a Selic afeta o meu bolso?

Quando a Selic sobe, o crédito fica mais caro e os investimentos em renda fixa passam a render mais, afetando diretamente o consumo e a capacidade de poupança.

4. Quando sai a decisão oficial do Copom?

A decisão será divulgada na quarta-feira, 17 de junho de 2025, após o encerramento do pregão da Bolsa de Valores.

5. Investir em Tesouro Selic é vantajoso com juros altos?

Sim. Com a Selic em alta, o Tesouro Selic se torna uma opção segura e rentável, especialmente para quem busca liquidez e baixo risco.

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