As tensões comerciais entre Estados Unidos e China voltam ao centro do debate internacional após o anúncio do ex-presidente Donald Trump de que pretende restabelecer tarifas de importação a partir de 1º de agosto de 2025. O movimento provocou uma resposta imediata de Pequim, que alertou sobre possíveis retaliações a países que participarem de acordos para substituir a China nas cadeias globais de suprimentos. A escalada de ameaças aumenta a volatilidade nos mercados e levanta preocupações sobre o impacto nos fluxos de comércio internacional.
Acordo de junho não garante estabilidade
Em junho, os dois países anunciaram uma estrutura comercial que buscava restabelecer uma trégua temporária após meses de sanções e barreiras tarifárias. No entanto, o acordo veio sem detalhes concretos, o que gerou insegurança entre investidores e analistas. O temor é que a medida anunciada por Trump derrube o frágil equilíbrio construído nas últimas negociações.
Tarifas de Trump e o impacto nos mercados
Na segunda-feira, Trump notificou seus principais parceiros comerciais sobre a retomada de tarifas mais elevadas, especialmente para países que, segundo ele, estariam se beneficiando indevidamente das relações comerciais com os Estados Unidos. A nova rodada de tarifas incluirá aumentos de até 10% e deve atingir 14 países, entre eles nações ligadas ao grupo Brics — como o Brasil.
Esse anúncio impulsionou uma aversão ao risco nos mercados globais, derrubando bolsas e elevando a volatilidade em setores estratégicos como tecnologia, logística e agronegócio. Segundo o Instituto Peterson para Economia Internacional, a tarifa média dos EUA sobre produtos chineses já atinge 51,1%, enquanto a da China sobre produtos americanos chega a 32,6%.
A resposta da China: ameaça e diplomacia
Pequim não demorou a reagir. Em comunicado oficial publicado pelo jornal estatal People’s Daily, que frequentemente expressa a posição do governo chinês em política externa, a mensagem foi clara: “Diálogo e cooperação são o único caminho possível”. O texto, assinado sob o pseudônimo “Zhong Sheng”, reforçou que a China considera as tarifas de Trump uma forma de intimidação e que manter uma posição firme é essencial para defender seus interesses legítimos.
Mais do que apenas responder aos EUA, a China também deixou claro que poderá retaliar países aliados aos Estados Unidos que tentarem redesenhar cadeias de suprimento de forma a excluir o país asiático. Isso coloca em xeque negociações em andamento envolvendo regiões estratégicas como o Sudeste Asiático, América Latina e Europa.
O que pode acontecer até agosto?
A China tem até 12 de agosto para negociar novos termos comerciais com os Estados Unidos e tentar evitar o retorno das sanções adicionais impostas nos meses anteriores. Esse prazo será decisivo para o rumo das relações comerciais globais no segundo semestre de 2025. A depender do desfecho, o mercado poderá ver um novo ciclo de interrupções logísticas, aumento de preços e perda de competitividade em setores industriais estratégicos.
Consequências para o Brasil e demais países do Brics
O Brasil e outras nações que compõem o Brics estão diretamente envolvidos na nova estratégia comercial dos Estados Unidos. Trump chegou a anunciar possíveis tarifas de 10% sobre produtos de países que fortalecessem laços com o grupo. Para o Brasil, isso pode significar perdas em setores como commodities agrícolas, energia e siderurgia — especialmente se os acordos com a China forem interpretados como alianças estratégicas.
Em contrapartida, o país também se vê diante de uma oportunidade: reforçar sua posição como alternativa viável em cadeias de fornecimento globais, caso consiga equilibrar relações com ambas as potências sem entrar em rota de colisão.
Um cenário de incerteza crescente
O novo capítulo da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo adiciona instabilidade ao cenário internacional, justamente em um momento em que a economia global buscava consolidar uma recuperação mais sustentável. A retomada das tarifas eleva o risco para investidores, exige cautela de exportadores e pode redefinir o rumo de parcerias comerciais importantes ao longo do segundo semestre de 2025.

Perguntas mais pesquisadas sobre tarifas EUA-China e suas consequências
1. O que motivou a retomada das tarifas pelos EUA?
Trump busca pressionar a China e seus aliados para obter condições mais favoráveis nos acordos comerciais, alegando desequilíbrio nas trocas.
2. Quais países podem ser afetados pelas novas tarifas?
Além da China, 14 países estão na mira das tarifas, especialmente os que se alinham ao Brics, como Brasil, Índia e África do Sul.
3. Como o Brasil pode ser impactado pelas tarifas dos EUA?
O Brasil pode sofrer com barreiras em setores como agronegócio e siderurgia, especialmente se for visto como aliado estratégico da China.
4. A China pode retaliar economicamente outros países?
Sim. Pequim ameaçou impor medidas contra países que firmarem acordos com os EUA visando tirar a China das cadeias de fornecimento globais.
5. O que esperar do comércio global nos próximos meses?
Mais instabilidade, possíveis rupturas nas cadeias de suprimentos e aumento da volatilidade nos mercados de commodities e tecnologia.

Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.