Trump Critica “Trapaças Não-Tarifárias” e Reforça Agenda Protecionista nas Redes

Trump Critica “Trapaças Não-Tarifárias” e Reforça Agenda Protecionista nas Redes

Em mais uma manifestação contundente sobre política comercial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou sua plataforma Truth Social nesta segunda-feira (21) para reiterar sua postura protecionista diante do comércio internacional. Em sua publicação, Trump elencou o que chamou de “trapaças não-tarifárias” — um conjunto de práticas adotadas por outros países que, segundo ele, prejudicam a economia americana sem envolver diretamente a elevação de tarifas.

As declarações refletem o posicionamento histórico de Trump em defesa de uma política comercial mais rigorosa, especialmente contra países que, em sua visão, utilizam artifícios indiretos para obter vantagens competitivas desleais. Ele listou oito práticas consideradas abusivas, que vão desde a manipulação cambial até normas técnicas e agrícolas utilizadas como barreiras ao comércio.

O que são “Trapaças Não-Tarifárias” segundo Trump?

Diferente das tarifas tradicionais — que impõem impostos diretos sobre produtos importados — as barreiras não-tarifárias são mecanismos regulatórios, cambiais ou administrativos que impactam o fluxo de comércio de maneira indireta. Segundo Trump, essas medidas são estrategicamente utilizadas por parceiros comerciais dos EUA para favorecer suas próprias indústrias e minar a competitividade americana.

A seguir, veja as principais práticas citadas pelo presidente:

1. Manipulação Cambial

Trump iniciou sua lista mencionando a desvalorização intencional de moedas estrangeiras em relação ao dólar, uma estratégia que torna os produtos desses países mais baratos no mercado internacional. Na visão do presidente, esse movimento atua como um subsídio disfarçado às exportações, dificultando a competição para as empresas americanas.

2. Impostos sobre Valor Agregado (IVA)

Ele criticou o uso de sistemas de IVA que funcionam como tarifas indiretas, prejudicando importações e beneficiando produtos locais. Para Trump, esse mecanismo acaba gerando um desequilíbrio nas trocas comerciais mesmo quando não há tarifas formais em vigor.

3. Subsídios à Exportação

O presidente também apontou para os subsídios diretos concedidos por governos estrangeiros às empresas exportadoras, prática que ele considera injusta, pois permite que produtos sejam vendidos abaixo do custo real de produção, comprometendo o princípio da livre concorrência.

4. Dumping

Em linha com os subsídios, Trump mencionou o dumping, que ocorre quando empresas estrangeiras vendem produtos nos EUA a preços inferiores ao custo, o que desestabiliza a indústria local e pode levar à falência de concorrentes americanos.

5. Outras Formas de Subsídio Governamental

Além dos subsídios à exportação, Trump criticou outros incentivos governamentais que garantem vantagens estruturais às indústrias de outros países, como financiamento público, descontos tributários e isenções que afetam diretamente o equilíbrio competitivo.

6. Barreiras Agrícolas

O presidente norte-americano destacou ainda a imposição de normas agrícolas consideradas protecionistas, como a proibição do milho geneticamente modificado em países da União Europeia. Essas exigências, segundo ele, são usadas como barreiras camufladas contra os produtos agrícolas dos EUA.

7. Normas Técnicas Específicas

Trump também ironizou exigências técnicas específicas, como o caso dos testes para bolas de boliche no Japão, que ele considera desnecessários e propositalmente criados para dificultar a entrada de produtos americanos.

8. Falsificação, Pirataria e Propriedade Intelectual

Outro ponto levantado foi a falsificação de marcas e o roubo de propriedade intelectual. Trump afirmou que essas práticas causam prejuízos de mais de US$ 1 trilhão por ano aos Estados Unidos, especialmente em setores de tecnologia, inovação e marcas registradas.

9. Transbordo para Evitar Tarifas

Por fim, Trump mencionou o transbordo de mercadorias — técnica em que produtos são enviados a países terceiros antes de chegarem aos EUA, com o objetivo de evitar tarifas diretas impostas pelo governo americano. Ele escreveu “EVITAR” em letras maiúsculas, sinalizando sua indignação com o uso desse tipo de manobra.


Um Recado para o Mundo: Trump Reforça Linha Dura no Comércio

A nova postagem de Trump se soma a uma série de declarações recentes em que ele reforça a retomada de políticas comerciais mais rígidas, especialmente contra parceiros asiáticos e europeus. Apesar de ainda não ter apresentado propostas concretas sobre novos acordos ou sanções, o discurso revela o caminho que sua administração deve seguir na condução do comércio exterior.

Trump também já afirmou em outras ocasiões que não tem pressa em firmar novos acordos comerciais, a menos que haja compromissos claros com tarifas básicas e regras mais equilibradas. Essa posição indica que o governo está disposto a usar medidas de força econômica para forçar negociações mais favoráveis aos interesses dos EUA.


Conclusão: Tensões Comerciais no Horizonte

As críticas de Trump às chamadas “trapaças não-tarifárias” reacendem o debate sobre o protecionismo americano e as disputas comerciais globais. Ao expor essas práticas, o presidente busca criar respaldo interno para políticas mais restritivas, com o objetivo de proteger o mercado e os empregos nos Estados Unidos.

Seja como retórica política ou preparação para medidas concretas, o fato é que os olhos do mundo continuam voltados para Washington. A postura do presidente pode redefinir as relações comerciais com países estratégicos e impactar setores-chave da economia global.

Para acompanhar como essas tensões vão evoluir e quais serão os próximos passos da política comercial americana, continue conosco. A cada nova atualização, traremos análises e informações detalhadas sobre o cenário internacional.

Deixe um comentário