Um novo estudo do Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO) revela que a proposta de lei fiscal do ex-presidente Donald Trump, aprovada recentemente pela Câmara, poderá aumentar o déficit orçamentário do país em até US$ 2,42 trilhões na próxima década. A medida, apelidada informalmente de “One Big Beautiful Bill”, inclui uma série de cortes de impostos com maior impacto sobre os mais ricos, ao mesmo tempo que amplia os gastos em áreas como defesa nacional e controle migratório.
Segundo a estimativa do CBO, a proposta reduzirá em US$ 3,67 trilhões as receitas esperadas do governo federal até 2034, compensadas parcialmente por um corte de US$ 1,25 trilhão nos gastos públicos. O impacto fiscal gerado pelo projeto pode comprometer ainda mais a sustentabilidade da dívida pública americana, intensificando as preocupações entre os conservadores do próprio Partido Republicano.
A estrutura do novo plano fiscal de Trump
O pacote legislativo apresentado por Trump inclui os seguintes pontos centrais:
- Tornar permanentes os cortes de impostos aprovados em 2017
- Eliminar tributos sobre gorjetas e pagamentos de horas extras até 2028
- Ampliar o teto da dedução federal de impostos estaduais e locais de US$ 10 mil para US$ 40 mil
- Introduzir novos requisitos de trabalho para beneficiários de programas como Medicaid e assistência nutricional (SNAP)
- Cortar incentivos para energia limpa e subsídios ambientais
Além disso, o projeto prevê o aumento do teto da dívida federal, medida que precisa ser aprovada até meados de julho para evitar um possível calote da dívida americana. O Tesouro dos EUA tem recorrido a manobras fiscais emergenciais para manter as obrigações do governo dentro do teto legal desde o início de 2025.
Críticas e reações políticas
A proposta foi aprovada pela Câmara por margem apertada, mas encontra resistência no Senado. Diversos senadores republicanos expressaram preocupações quanto à sustentabilidade fiscal do projeto e às consequências sociais de cortes em programas públicos essenciais.
O bilionário Elon Musk, conhecido aliado de Trump, criticou duramente o pacote, classificando-o como “massivo, ultrajante e recheado de desperdícios”, aumentando ainda mais o debate sobre a viabilidade da proposta.
Por outro lado, integrantes da administração Trump, como o secretário do Tesouro Scott Bessent, afirmam que o plano estimulará o crescimento econômico a longo prazo. Segundo Bessent, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA deve crescer acima de 3% até meados de 2026, compensando os efeitos imediatos sobre a dívida.
Impactos sociais e econômicos
A análise do CBO alerta que, caso o projeto seja aprovado sem alterações, cerca de 10,9 milhões de pessoas poderão perder o acesso a planos de saúde até 2034. Isso inclui cerca de 1,4 milhão de imigrantes sem status legal verificado, que atualmente dependem de programas financiados exclusivamente por estados.
Além disso, os cortes em créditos voltados à energia limpa podem afetar o ritmo da transição energética nos Estados Unidos, enquanto as mudanças nos critérios do SNAP e Medicaid devem gerar resistência entre organizações de assistência social.
Cronograma e próximos passos no Senado
Donald Trump deverá se reunir com o Comitê de Finanças do Senado para tentar articular apoio ao projeto nas próximas semanas. Paralelamente, o texto será submetido a revisão por parte do responsável pelas regras do Senado, que pode determinar se as medidas propostas violam ou não os critérios da casa legislativa, especialmente no tocante ao uso do processo de reconciliação orçamentária.
Com o prazo para aprovação se aproximando, o governo pressiona por um acordo antes de agosto, quando o Tesouro pode esgotar sua capacidade de manter os pagamentos sem ultrapassar o limite da dívida federal.

Perspectiva fiscal dos EUA até 2034
De acordo com os dados mais recentes do Federal Reserve e do CBO, a dívida pública dos EUA já ultrapassa US$ 34 trilhões em 2025, representando mais de 120% do PIB do país. Se o projeto de Trump for aprovado na íntegra, esse percentual pode crescer de forma acelerada, gerando riscos para a credibilidade fiscal dos EUA em longo prazo.
Especialistas sugerem que a aprovação do projeto sem medidas compensatórias poderá levar a elevações nas taxas de juros, desvalorização do dólar e redução na confiança de investidores internacionais em ativos do Tesouro americano.
Perguntas mais pesquisadas sobre o projeto fiscal de Trump
1. Qual o impacto do novo plano fiscal de Trump na dívida dos EUA?
O projeto pode aumentar a dívida nacional em até US$ 2,42 trilhões em dez anos, segundo o CBO.
2. Quem será mais beneficiado com os cortes de impostos?
As maiores economias irão para os contribuintes mais ricos e empresas de grande porte.
3. O projeto afeta programas sociais como Medicaid e SNAP?
Sim, há novas exigências para beneficiários e cortes em repasses, o que pode deixar milhões sem cobertura.
4. Quando o projeto precisa ser aprovado?
O governo busca a aprovação até meados de julho para evitar o estouro do teto da dívida em agosto.
5. O plano já foi aprovado pelo Congresso?
Foi aprovado pela Câmara, mas ainda precisa passar pelo Senado, onde enfrenta forte resistência.
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Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.