Uma nova potência da inteligência artificial está emergindo na China e chamando atenção das gigantes ocidentais. A Zhipu AI, startup chinesa especializada em modelos de linguagem e soluções avançadas de IA, vem sendo apontada pela própria OpenAI como uma concorrente com potencial de alterar o equilíbrio do setor global. Em uma publicação recente, a criadora do ChatGPT classificou o avanço da empresa como “notável”, especialmente devido à sua atuação estratégica em países da Ásia, África e Oriente Médio.
Fundada em 2019 no departamento de Ciência da Computação da Universidade de Tsinghua, a Zhipu AI vem consolidando seu espaço no mercado com rapidez. A empresa já oferece múltiplos modelos de linguagem natural, agentes de voz com entonação emocional e uma infraestrutura tecnológica 100% chinesa, adaptada para contornar as restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos. Seu portfólio inclui chatbots de uso geral e soluções corporativas com potencial para competir diretamente com o ChatGPT, Claude e Gemini.
Proposta da Zhipu AI: soberania tecnológica para países emergentes
O principal trunfo da Zhipu AI é o pacote completo de IA soberana, oferecido a países como Indonésia, Malásia, Singapura, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Vietnã e Quênia. O modelo propõe que o país contratante tenha total controle sobre a tecnologia, evitando dependência de provedores estrangeiros. A solução inclui:
- Modelo de linguagem de larga escala com suporte multilíngue
- Hardware nacional fabricado com tecnologia Huawei
- Serviços de treinamento e capacitação local em IA
- Suporte técnico contínuo com foco em privacidade e transparência
Essa abordagem visa atender à crescente demanda por autonomia tecnológica, especialmente em nações que buscam alternativas às soluções norte-americanas e europeias.
OpenAI vê movimento como ameaça estratégica
A OpenAI manifestou preocupação com a rápida expansão da Zhipu AI, sugerindo que a startup está tentando “antecipar a presença de rivais ocidentais” em regiões estratégicas. A crítica veio à tona justamente quando a OpenAI se prepara para lançar o “OpenAI for Countries”, um programa voltado para governos interessados em integrar a inteligência artificial em sua infraestrutura nacional. Nesse contexto, o avanço da Zhipu AI em mercados emergentes representa um desafio direto à expansão internacional da companhia norte-americana.
Embora a nota da OpenAI não traga acusações formais, a insinuação é clara: a Zhipu AI estaria tentando “fechar o mercado” para alternativas ocidentais por meio de alianças políticas e econômicas. Esse tipo de posicionamento reflete a crescente disputa geopolítica pelo controle da inteligência artificial, que vai muito além de tecnologia — envolve influência internacional, soberania digital e dependência econômica.
Quem é a Zhipu AI e como ela cresceu tão rápido?
Desde sua fundação, a Zhipu AI contou com aportes financeiros significativos, incluindo investimentos do governo chinês e, mais recentemente, de fundos da Arábia Saudita. Em 2024, a empresa levantou US$ 400 milhões em uma rodada que reforçou seu posicionamento como um polo de inovação. Com isso, foi possível desenvolver um ecossistema completo de IA local, livre de componentes norte-americanos, já que a empresa está na lista de restrições dos EUA.
Principais marcos da empresa:
- Fundação: 2019, Universidade de Tsinghua
- CEO: Zhang Peng, doutor em Ciência da Computação
- Primeiro modelo GLM: lançado em 2021, voltado à geração de conteúdo e conversação
- Produtos de destaque em 2025: chatbot de voz com simulação emocional e agente autônomo de IA
- Infraestrutura 100% chinesa: sem dependência de chips ou softwares dos EUA
A empresa ainda não comentou a publicação da OpenAI, mas seu crescimento está em sintonia com o plano estratégico da China de se tornar líder global em IA até 2030.
Geopolítica da IA: o novo campo de batalha tecnológico
A ascensão da Zhipu AI revela uma mudança profunda no cenário da inteligência artificial. O domínio norte-americano, representado por empresas como OpenAI, Google DeepMind e Anthropic, começa a ser desafiado por iniciativas estatais e privadas da China. Ao oferecer soluções adaptadas a mercados locais, com respeito à soberania e cultura digital dos países, a Zhipu AI se posiciona como uma alternativa viável em regiões onde os EUA perdem influência.
Essa nova configuração global exige atenção de empresas, governos e profissionais do setor. A disputa por liderança em IA não se limita a inovações técnicas — trata-se de definir quem vai comandar a próxima era da economia digital.
Perguntas mais pesquisadas sobre a Zhipu AI e a disputa global em IA
1. O que é a Zhipu AI?
É uma startup chinesa de inteligência artificial fundada em 2019, que desenvolve modelos de linguagem e soluções autônomas com foco em soberania tecnológica.
2. Por que a OpenAI está preocupada com a Zhipu AI?
Porque a Zhipu AI tem se aproximado de governos de países emergentes com propostas de IA soberana, disputando diretamente mercados onde a OpenAI planeja atuar.
3. Quais países estão negociando com a Zhipu AI?
Indonésia, Malásia, Singapura, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Vietnã e Quênia são alguns dos países mencionados.
4. Quais produtos a Zhipu AI oferece?
Modelos de linguagem, chatbots com voz e entonação emocional, agentes de IA e hardware proprietário.
5. A Zhipu AI pode competir com o ChatGPT?
Sim. Com financiamento robusto, tecnologia local e foco em personalização nacional, ela já é considerada uma das principais concorrentes globais do ChatGPT.
Sou Felipe Ayan, um apaixonado pelo mercado financeiro. Desde cedo, me encantei com o poder que o conhecimento financeiro tem de transformar vidas. Ao longo dos anos, mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, investindo e compartilhando tudo o que aprendo.